quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Divagação sobre o amor...



É inevitável, e acontece com todos. A ela, a ele. Ao pobre, ao rico. Aos oriundos das mais diversas regiões do vasto planeta. Aos membros das mais diversas culturas. Chegará a mim, e a todos aqueles a minha volta. A todos a quem tenho amizade. A todos com quem tenho parentesco. E, sim, não se esqueça, há de chegar também a ti. Basta estar vivo. Quando menos pensar, acontece. Da mesma forma que a morte não se pode evitar.

O amor... Há corações frágeis que nem o nome suporta. Corações cheios de feridas costuradas. E que tantas são estas! E há quem parece não aprender, e se põe a mergulhar no precipício da loucura novamente. Se entregam a sua luz e correrem cegos contra o farol. Correm cegos... Mergulham neste vasto mar de emoções. Alguns, para nunca mais voltarem. Estes afogaram-se. Os que saem dirão que neste mar não nadam mais. Porém, logo se percebem prestes a pular, e lá estão eles perdidos novamente nos mares amor. É inevitável. Mesmo para aquele que se considera o mais racional dos seres. Este, que por estupidez, se vê numa situação de angústia, por não conseguir se controlar. E é punido por sua falta de humildade, em considerar seu intelecto é superior as forças da natureza.

O amor é castigo. O amor é solidão. O amor é saudade. O amor é ilusão. É bonito e feio. Triste, amargo, doce e suave. É grande... Enorme. E não há grandeza que meça. Há quem diga até que ultrapassa as fronteiras do cosmos. Que se expande ao mais oculto lugar. Que envolve os céus, os infernos. Tudo que for matéria, tudo que for inato. Tudo. Um grande sentimento pequeno limitado a um indivíduo. Que é em si um universo e tem sua grandeza, mas não é o cosmos. O amor não é infinito. O amor é isso e todas as metáforas. Confunde a todos com sua natureza peculiar. É isso, aquilo, os afins e tudo mais.

Hoje venho trazer as boas novas sobre este sentimento de demasiada forte personalidade, algo que, me parece, esqueceram de dizer sobre ele. Esqueceram-se que o mesmo não é amargo. Tampouco doce. Que não machuca, nem vivifica. Que ele em si não nada. Ele é somente ele mesmo. Este estado que tem esta peculiar característica de amplificar as ondas sonoras que envolvem a alma, tornando-a mais aberta a valsa das emoções.

Se meu amor fosse alguém certamente tocaria piano, pois encantou-me com as mais belas melodias em seus movimentos. E seus olhares brilhantes, me envolveram num contraponto e me pôs a dançar sobre seu ritmo. E se é pianista... Bem podia ser humorista, que fez de minha vida uma piada temporária, e alegrou tanto a minha alma.

Um sentir, uma aura, que repleto de flores se envolve em seu lar, que entra sem a devida permissão, que te seduz ao poucos. E quando menos se percebe está morando junto a ti. Quando menos se percebe se põe a desejar este inquilino. Quando menos se percebe não quer deixa-lo ir embora. E embora ocorram brigas e rusgas, de socos, chutes e joelhadas, e o inquilino amor queira demonstrar um adeus dando as costas e saindo pela porta, saudade o atinge e o mesmo volta, e é recebido com um abraço. Mas tem mesmo uma personalidade forte, e não demora muito, ocorre outra briga. De brigas e abraços, passam-se os dias, e da mesma forma que entrou, discreto, vai embora sem se despedir, sem dar aviso de quando volta, talvez vá morar com outro alguém. Não importa, se importar, é magoa de semanas, e no máximo meses. Ficam então, somente as marcas de sua estadia. Isso sempre fica! Sem memória não há aprendizado. E o fim? Há de ser mostrar um novo começo. Uma nova possibilidade.

Ciclo... Vida... Ciclo mais vida. Este casal que se ama e que eternamente dança, apesar dos ocasionais romances extras entre o ciclo e a morte, esta amante a quem ele não resiste. Trocas e trocas... Movimentos...


É inevitável. E da mesma forma que a morte, é uma prova de humildade, e hão de inventar algum dia um lema do tipo Memento Amori. Pois, coloca todos no mesmo nível. Não adianta controlar, pois chega a todos, e quando quer. Há certas coisas que acontecerão não importa o que faça. Com estas, o que importa não é coisas em si, mas sim o que fará com ela.

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