Sim, a gente é livre! Temos total liberdade de escolha entre as escolhas pra nós escolhidas. Temos livre arbítrio de escolher quem nos explora dentro dos exploradores por eles estabelecidos. A liberdade de fazer o que nos mandam, e nos mandam de varias maneiras tá ligado?, liberdade total dentro do mundo que pra nós se apresenta, mas que mundo nos apresentam? Contrainformação é desse modo um tipo de libertação, não? Mas tem uma nota no rodapé do mundo "real" que diz que essa contra informação é bobagera pura - zoada..
Via de regra, quando a gente nasce somos ensinados a viver por nossos pais, que muito parecido foram ensinados por seus pais, e assim a vida segue, a gente cresce um pouco e agora nossos pais tem que dividir a sua autoridade com a escola, a igreja, e com x mossx da propagando no intervalo do desenho animado.. Um tutor a mais, um profeta a menos, alguns tem chance de ganhar uma carta de alforria do local onde tu perdeu cinco horas preciosas de aprendizado por dia durante muito muito tempo, mas ainda assim tem alguém mandando comprar um bang aqui, arrumar um trampo ali, passar no vestibular, objetivos, objetivos, objetivos.. - "Objetivos como distrações, distrações como objetivo" - Depois vem família, escola pros piá, os trocados da cerva pra aguentar, o remédio por causa das cerva e dos alimentos mutantes que lotam as prateleiras dos supermercados populares, e segue assim até a morte o paradigma de "vida".
- O porque obedecemos? Medo, respeito, amor, ou sei lá, talvez simplesmente "porque sim" (muito provavelmente "porque sim" mesmo..) -
E essa contrainformação libertadora zoera que não aparece nunca? Tá o tempo todo na nossa frente. São nossos amigos, nossos sonhos, nossas viagens, nossas utopias, aquele mano "sem importância" que tu nem nota no teu precioso caminho do mesmo dia a dia de sempre, é aquela musica, aquele livro, aquela ideia que tu ouviu sendo sussurrada quando passava pelo beco, é o mundo, são nossos olhos, é aquele momento de vagabundagem.. - A vagabundagem é um dos maiores agentes revolucionários hahahah -
Se nossa civilização faraônica for considerada evoluída, provavelmente nossa capacidade de deixar as coisas pra depois, de acreditar que uma hora tudo vai melhor enquanto a gente aguarda - a esperança moderna - é o ápice da evolução..
O tempo todo que a gente segue o fluxo "natural" da vida com nossos caminhos para o que quer que seja, até mesmo a liberdade, a gente se esquece que a liberdade é o hoje, é o agora, o amanhã e o ontem. Liberdade é a vida, a luta, liberdade de escolha dentro do nosso mundo, e um universo inteiro pra se criar esse mundo.
Sei lá, acho que já viajei demais nessas ideias, nessas ideias de liberdade..
#Agnose
Divagando sobre...
sexta-feira, 12 de junho de 2015
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
Divagações sobre a grande sinfonia, sobre a grande narrativa... Esta grande obra que nomeamos de 'A vida'...
O maestro é talvez o melhor exemplo da figura de um líder, e
a orquestra, o melhor exemplo de pacto entre “líder” e “liderado”. A melhor
liderança é aquela na qual os “liderados” escolhem voluntariamente aquele que
irá os liderar. Não uma autoridade, e sim um guia ou um organizador. Assim é o
maestro. Uma figura que não é necessária, mas uma figura cuja a presença é extremamente desejável. Não
necessária, pois o concerto ocorre sem o mesmo. E desejável, para que o concerto
não se torne uma lastima de qualidade lamentável. É preciso uma figura para que
o concerto – a harmonia, o equilíbrio, o ritmo – se tornem mais consistentes. E
quanto melhor o maestro, melhores são as chances de que o concerto flua com
excelência.
Assim é a mente. Assim somos nós. A arte imita a vida e de vida e feita a arte. O mastro é a consciência,
quem rege este grande concerto que chamamos de nossa vida. Os músicos da
orquestra são as emoções, a força motriz do ser humano. Sem emoção não há
motivação. Isto é expresso até mesmo na raiz da palavra, que é movimento, do
latim emovere. Tudo reside entre a dor e o prazer. Todas as decisões são
pautadas neste critério. Sem os músicos não há quem toque o concerto. Sobra
apenas o maestro. Regendo o que, afinal?
Um maestro demasiadamente rigoroso destrói a intuição, a
criatividade, e todo aquele entusiasmo que rodeia a música. A falta total de
rigor causa pensamentos de direção. Avulsos e sem significado. É preciso a
intervenção da disciplina da lógica para que se organizem, e para direcionar as
forças do impulso criativo. A virtude, como se espera, reside no meio. No
equilíbrio! Quando razão e emoção, consciência e instinto, seguem juntos em
harmonia.
A fusão perfeita dos dois é somente ideal. Somente uma
utopia, que sempre sedutora, nos conquista, e nos faz a seguir. Na pratica, o
conflito entre duas forças sempre ocorrerá, do contrário, o movimento se acaba
em um eterno repouso. Quando a soma dessas forças é igual a zero. Quando ocorre o verdadeiro
equilíbrio, que permanece desta forma até que um novo conflito ocorra para
colocar movimento às coisas novamente. Mas a pergunta que fica no ar é, afinal,
o que reside no meio entre o equilíbrio e o conflito?
Para fins mais práticos, o que sabedoria humana nos diz é, somente que, é necessário um
outono para que se troquem suas folhas, para que se permitir mudar. Uma primavera para
colher os frutos. Um inverno melancólico para refletir. Um verão para aproveitar. São as estações dessa vida cheia de altos e baixos, como as cadencias maiores e menores de uma sinfonia, e
como a estrutura de três atos da uma narrativa. Assim é a vida. Assim somos
nós. Não importa o que ocorre com sua vida, o que importa é o que você faz com
o que acontece. Tanto o trecho mais triste e melancólico, tanto o trecho alegre
e entusiasmado de uma sinfonia. Não importa. São belos e cativantes quando bem
regidos pela figura do maestro.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Divagando sobre Pessoas
Nada melhor do que poder compartilhar nossas experiências
com pessoas que conseguem nos compreender de diversas formas, muitas vezes nos
mostrando um lado nosso que nós mesmos não havíamos conseguido enxergar. Essas
pessoas que temos orgulho de dividir a mesa e chamar de amigos...
Ter um amigo por muitas vezes é
confortante, nos mostra que não precisamos viver sozinhos, nos mostra que por
mais deslocados que possamos estar, ainda existe pessoas que se importam com o
nosso posicionamento e querem se perder dentro de nossas divagações e conceitos
fúteis sobre algo que não temos total entendimento, mas que muitas vezes fazem
sentido, só porque esta sendo compartilhado com a pessoa certa no momento
certo.
Esta cada vez mais complicado encontrar seres
pensantes que procuram um rumo diferente daquele que a sociedade impõe, mas
nada mais satisfatório do que ser diferente com pessoas diferentes em um mundo
que se autodenomina normal, com pessoas padronizadas e não questionadoras e que
estão cada vez mais egocêntricas.
Pessoas
que conseguem fazer a diferença por muitas vezes são as que vivem a vida de uma
forma completamente subjetiva, vivendo um dia de cada vez, não se importante
com os rótulos que todas as pessoas ao seu redor lhe aderem, muito menos com suas
opiniões estereotipas sobre algo que elas jamais entenderam por causa de seus
preconceitos e seus pensamentos direcionados somente a sua frente, sem
conseguir olhar ao seu redor.
Vamos compartilhar felicidade, nos tornar algo
diferente e compartilhar tudo isso sem nenhum ressentimento, vamos nos
redescobrir todos os dias, aceitar novas coisas com novas pessoas, nos
permitirmos mudar e enxergar novas possibilidades dentro de um pressuposto
predeterminado, pois a vida sempre nos ira apresentar alguém que vai nos
mostrar que isso vale a pena, que nunca é tarde para começar uma nova vida ao
lado de pessoas novas e se redescobrir dentro destas pessoas. E ver que aquele
que antes era visto como um desconhecido hoje jamais deixará de ser seu amigo.
Divagações sobre os escritores e a escrita...
A caneta ou o lápis que sinuosos deslizam por sobre o papel
branco, ou mesmo, o trepidar do teclado que recebe as pancadas dos dedos frenéticos
a acompanharem o ritmo da descarga das ideias. Fechados os olhos, as ideias fluem cobrindo aquele céu negro
como se fossem estrelas a cobrir o céu. As palavras atingem a mente, numa
descarga, numa cachoeira. Vem numa correndo atadas umas as outras. Lapsos de
memória em imagens fragmentadas que se sobrepõem, e que velozes se tornam
outros fragmentos a se juntar a outras imagens. As emoções tomam conta do corpo.
Verdadeira explosão. Uma volta para o passado e toda a infância perdida, aos
momentos que não voltam que foram levados pelo tempo. Aparecem mágoas e feridas
que carregamos. Uma raiva azeda e flamejante estoura por dentro. Sentimentos e
mais sentimentos que se transformam em um punhado de palavras caóticas no
papel.
Estas palavras no papel podem ser o mais belo poema. Uma
bela frase daquelas que com pouco dizem tudo. Ou por vezes, talvez na maioria, este
arranjo de palavras não possui sentido como um todo. São um emaranhado de sentidos
que se somam e que se anulam. Esta é a hora da grande edição, na visão de
muitos o verdadeiro trabalho de quem se põe a escrever. Tirar os excessos.
Lapidar o texto. Retirar os sentidos e reescreve-los de forma congruente, para
que todos se somem e fique clara a mensagem a se passar. O escrito então, se
torna aquela torrente fluida que atinge, em cheio, os corações daqueles que o
lê. Tudo após as diversas reescritas, a briga a qual todos os escritores hão de
passar. A briga com a palavra.
Briga na quais se vão horas e horas. Dias e dias. Brigando
com palavra. É bem, como dizia Carlos Drummond de Andrade, a luta mais vã. Briga
para que colocar uma vírgula que será depois de muito ponderar retirada ao
final do dia. Talhando feito um artesão, ou lapidando feito um ourives, as
palavras até que se torne a mais bela joia o texto. Um trabalho que para muitos
não acaba, mesmo após a nona edição. Sendo a possibilidade de edição infinita, resta somente após a chegada da
satisfação, e após o melhor que julga capaz, abandonar o arranjo de palavras ao mundo.
É árduo. E por vezes trabalhoso. Mas o fazemos para não
morrer em vida. É ser adicto a algo como se fizesse parte de seu corpo, de
intrínseca junção à existência. Um olhar sempre fascinado para o mundo, sempre
num tento de captar aquelas coisas inomináveis dos momentos em palavras. Aquele
olhar de uma criança com seus devaneios e sonhos.
Cada livro é um mundo paralelo. Seja ele somente um livro de
conceitos, ou mais obviamente, uma ficção. Levam-te a imaginar e dar uma viagem
ao além-mundo com somente o poder da mente. Um livro é uma existência
temporária, que dura enquanto dura a leitura. Com aqueles fascinantes personagens,
e suas fascinantes personalidades, seus discorreres sobre o mundo em que vivem.
Com aqueles eventos que tanto nos tocam e nos faz chorar, ter medo, raiva,
alegria.
Ficamos imersos naquele mundo. Descosturando o tricô feito
pelo escritor. Leitores não têm somente uma vida. Pois vivem e morrem ao lado
daqueles seres tão críveis feitos somente de palavras. Os personagens e suas
vidas, tão ditadas pelo ser que as cria. Que as delineia. Esse escritor que de
sua vontade fez aquele mundo, de sua própria projeção e imagem.
É impossível que uma obra não seja autobiografia. A vontade
os desejos do criador sempre estão voga na obra. Aparece o ego em pequenos detalhes, nas
entrelinhas. Nas escolhas e temas abordados. No tom e musicalidade, ritmo e
voz. Cada detalhe remete ao criador. Triste momento em que se percebe que seu
personagem é você em outro mundo. Medo das descobertas dos profundos segredos
da alma escondidos e amarrados pelo ego. E é por isso que escrever também é autoconhecimento.
Conhecer a si mesmo e ao mundo. A escrita e suas explorações
pelo mais oculto do mundo, e suas verdadeiras entrelinhas. Os mais ocultos
confins do universo. A mais profunda tentativa de explicar o inexplicável. Duma
comunicação com palavras de alma para alma. E com a poesia a literatura
consegue chegar muito próximo daquela energia musical, que só mesmo as melodias
e harmonias conseguem transmitir. Alma para alma. Flamejantes metáforas e hipérboles.
Os belos usos dos paradoxos. E estas ferramentas com mesmo objetivo. Dizer o
indizível.
Escreva. Faça histórias. É uma profunda característica do
espírito humano. Aquele simples contar histórias. Lembre-se: Escrita é
reescrita. Não existe uma grande escrita e sim uma grande reescrita, isso dizia
Faulkner, um dos agraciados com o Prêmio Nobel da Literatura. Pelo menos a
todos os reles mortais é desta forma. Não existe inspiração que lhe sobre um
texto ou um livro inteiro seus ouvidos. Isso somente com trabalho se consegue.
Jogue as palavras. Brinque com elas.
No fim tudo se resume a elas...
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
Divagando sobre Liberdade
Quero
abordar esse tema de uma forma mais poética do que filosófica, mostrando alguns pensamentos meus que gostaria de expressar, acredito que
isso poderá ser captado no desenvolver das linhas.
De certa forma todos nós somos livres, mas ao
mesmo tempo estamos entre as correntes de um sistema, vivemos uma subjetividade
alheia, sonhamos com os sonhos dos outros, ou até mesmo, somos criados para
viver o sonho daqueles que nos criaram. Isso é fruto da frustração familiar.
Deveríamos sair dessa superficialidade, viver
a vida intensamente aprender a sermos simples, a não nos importarmos com as
coisas criadas a partir do trabalho braçal de um homem, mas sim nos importarmos
com o seu trabalho intelectual e a partir deste procurar evoluir, mas sem a
preocupação do amanhã, pois afinal o amanhã foi inventado pelo homem, sendo que
na verdade existe somente um dia com a intercalação de suas estações e do que
chamamos de dia e noite.
Procurar um objetivo e correr atrás dele,
procurar outros pontos de vista sobre o mesmo ponto. Gostaria de conseguir
compartilhar toda minha felicidade e mostrar que a vida não se passa dentro de
um quarto atrás de um computador sobre uma mesa. Toda essa atmosfera lhe faz no
máximo refletir do que talvez pudesse ser viver.
Eu almejo a liberdade que a natureza e as
pessoas podem me proporcionar, ter boa conversas, escutar boas musicas, fazer
boas musicas se importar mais com o que esta sendo vivido, isso de uma forma
fluida e não ficar planejando o que pode acontecer no futuro, pois o futuro
nunca chega e o presente só se torna presente se você o aceita.
Mas acima de tudo, eu quero alguém que me
mostre o seu modo de viver, quero ver uma interatividade real, quero sair da
futilidade da nossa sociedade em geral, quero conhecer a culturas diversas e me
mudar com frequência. Não por luxo, mas por vontade de conhecer novos
horizontes, ver a diversidade mundana ralé.
Quero conhecer hippies e andarilhos, jovens e
velhos, homens e mulheres e olhar para trás e ver que no fundo eu fui um pouco
deles e esse pouco se transformou num todo me mostrando que em sou, abraçando
da forma mais pura a metamorfose eterna a qual eu escolhi aderir. Olhar para trás
e ver o quão inocente eu era querendo mudar o mundo ou viver o momento, sendo que
na verdade era só deixar o mundo me mudar e deixar o momento me viver.
Tudo isso de
uma forma positiva e verdadeira, mostrando que não é preciso ter marcas na
carne para mostrar que se viveu nessa vida, mas sim um caráter marcado por ela,
mostrando a sua singularidade e ao mesmo tempo a sua igualdade e conseguindo
ver isso no seu próximo e sempre aprendendo com ele. Quero fazer parte dessa
metamorfose eterna e deixar o mundo mostrar-me que temos uma visão errada das
coisas, uma visão que o mundo é dos homens sendo que na verdade os homens que
na verdade são do mundo e que só vamos aprender isso a partir do momento que
nos permitimos ser algo melhor do que pensamos ser.
Divagação sobre o amor...
É inevitável, e acontece com todos. A ela, a ele. Ao pobre,
ao rico. Aos oriundos das mais diversas regiões do vasto planeta. Aos membros
das mais diversas culturas. Chegará a mim, e a todos aqueles a minha volta. A
todos a quem tenho amizade. A todos com quem tenho parentesco. E, sim, não se
esqueça, há de chegar também a ti. Basta estar vivo. Quando menos pensar,
acontece. Da mesma forma que a morte não se pode evitar.
O amor... Há corações frágeis que nem o nome suporta. Corações
cheios de feridas costuradas. E que tantas são estas! E há quem parece não
aprender, e se põe a mergulhar no precipício da loucura novamente. Se entregam
a sua luz e correrem cegos contra o farol. Correm cegos... Mergulham neste
vasto mar de emoções. Alguns, para nunca mais voltarem. Estes afogaram-se. Os
que saem dirão que neste mar não nadam mais. Porém, logo se percebem prestes a
pular, e lá estão eles perdidos novamente nos mares amor. É inevitável. Mesmo
para aquele que se considera o mais racional dos seres. Este, que por estupidez,
se vê numa situação de angústia, por não conseguir se controlar. E é punido por
sua falta de humildade, em considerar seu intelecto é superior as forças da
natureza.
O amor é castigo. O amor é solidão. O amor é saudade. O amor
é ilusão. É bonito e feio. Triste, amargo, doce e suave. É grande... Enorme. E não há
grandeza que meça. Há quem diga até que ultrapassa as fronteiras do cosmos. Que
se expande ao mais oculto lugar. Que envolve os céus, os infernos. Tudo que for
matéria, tudo que for inato. Tudo. Um grande sentimento pequeno limitado a um
indivíduo. Que é em si um universo e tem sua grandeza, mas não é o cosmos. O
amor não é infinito. O amor é isso e todas as metáforas. Confunde a todos com
sua natureza peculiar. É isso, aquilo, os afins e tudo mais.
Hoje venho trazer as boas novas sobre este sentimento de
demasiada forte personalidade, algo que, me parece, esqueceram de dizer sobre
ele. Esqueceram-se que o mesmo não é amargo. Tampouco doce. Que não machuca,
nem vivifica. Que ele em si não nada. Ele é somente ele mesmo. Este estado que
tem esta peculiar característica de amplificar as ondas sonoras que envolvem a
alma, tornando-a mais aberta a valsa das emoções.
Se meu amor fosse alguém certamente tocaria piano, pois
encantou-me com as mais belas melodias em seus movimentos. E seus olhares
brilhantes, me envolveram num contraponto e me pôs a dançar sobre seu ritmo. E
se é pianista... Bem podia ser humorista, que fez de minha vida uma piada
temporária, e alegrou tanto a minha alma.
Um sentir, uma aura, que repleto de flores se envolve em seu
lar, que entra sem a devida permissão, que te seduz ao poucos. E quando menos se
percebe está morando junto a ti. Quando menos se percebe se põe a desejar este
inquilino. Quando menos se percebe não quer deixa-lo ir embora. E embora ocorram
brigas e rusgas, de socos, chutes e joelhadas, e o inquilino amor queira
demonstrar um adeus dando as costas e saindo pela porta, saudade o atinge e o
mesmo volta, e é recebido com um abraço. Mas tem mesmo uma personalidade forte,
e não demora muito, ocorre outra briga. De brigas e abraços, passam-se os dias,
e da mesma forma que entrou, discreto, vai embora sem se despedir, sem dar
aviso de quando volta, talvez vá morar com outro alguém. Não importa, se
importar, é magoa de semanas, e no máximo meses. Ficam então, somente as marcas
de sua estadia. Isso sempre fica! Sem memória não há aprendizado. E o fim? Há
de ser mostrar um novo começo. Uma nova possibilidade.
Ciclo... Vida... Ciclo mais vida. Este casal que se ama e
que eternamente dança, apesar dos ocasionais romances extras entre o ciclo e a
morte, esta amante a quem ele não resiste. Trocas e trocas... Movimentos...
É inevitável. E da mesma forma que a morte, é uma prova de
humildade, e hão de inventar algum dia um lema do tipo Memento Amori. Pois, coloca
todos no mesmo nível. Não adianta controlar, pois chega a todos, e quando quer.
Há certas coisas que acontecerão não importa o que faça. Com estas, o que
importa não é coisas em si, mas sim o que fará com ela.
domingo, 21 de dezembro de 2014
Divagando sobre a morte...
Para onde vamos quando morremos?
Será o despertar? A resposta se esconde. Tolamente, nós a procuramos. E toda
vez que nos perguntamos se é possível ao menos isso saber, recebemos um “Jamais!”
sem mais palavras. Simples e direto. Perturbador. Porém não se pensa sobre a
morte em meio à selva. É preciso sobreviver. E com essa desculpa a mente se
perde em meia a dança do cotidiano. Deixa-se levar... Se permite o fazer... Pois
além da vida, há a vivência. O aproveitar da viagem. Não se vive se somente
sobrevive. A maravilhosa dança da vida...
Passa... Toda valsa tem seu fim... O momento se esvai, o vento o espalha, um
passo para onde? Para a eternidade será?
Se de matéria já sou eu. Se de matéria o mundo é. Que matéria tornar-se é a questão. O cosmos não sentirá minha falta. Nele nada se perde. É sempre ele mesmo, e sua essência de mudanças. Seu equilíbrio reina. E o Eu nisso tudo? Não há. Não me perderei em mim mesmo, permitir-me-ei dançar com a vida, e aceitarei seu final. Não sentirei minha falta, perderei o ego e me juntarei ao mundo longe do “mim”. Sem consciência, me desfaço em natureza. Viro gás e restos. E os vermes a se alimentarem do já não “eu”. A dança continua...
Em meio ao jardim, folhas putrefatas cobrem o chão. Mortes silenciosas. O tempo vai e vem, e nestas idas e vindas, levando e trazendo vidas consigo. É o encarregado do renovar, e ao seu relativo ritmo trabalha. Leva à montanha erosões, caminhos por onde rios correrão... Entusiasmados... Alegres... Secarão quando o tiver de fazer, deixarão sua marca. Sulcos no chão, na face da terra, no semblante do jovem... O novo se torna velho, o velho se funde ao novo. Renascem em meio às eras, as diversas eras que deveras acabarão. Em montes, e montes, e montes... O que resta, então? O infinito?
Alguns acreditam em vida após a morte. Os que não, lutam. Lutam para que um pensamento que seja, um pequeno pedaço da passagem ecoe e prolongue a consciência após seu fim. As palavras... Estas parecem sempre durar. E se o corpo jaz inócuo em meio à natureza, os pensamentos expressos hão de durar. Antigas ideias chegam a todo o momento, deterioradas, modificadas, inteiras ou fragmentadas, mas chegam. E que suspiro daria o ser que esta ideia mostrou ao mundo, se soubesse o quão longe iria sua intangível palavra. Ecoando e ecoando, jogada ao ar.
Resta a quem precisa, o consolo fornecido pela arte. Esta maravilhosa fonte de entusiasmo. Jogo as palavras ao ar, sei que não é muito, mas é tudo. Deixar-me-ei levar quando for. Mergulharei no agora e nele acordarei. Não mais somente ego. Mas o todo. Medo da morte é somente narcisismo e egocentrismo. Medo de se tornar o que já foi antes do nascimento. Nada separa o agora da morte. O acaso é quem nos guarda.
Memento Mori e Carpe Diem.
Se de matéria já sou eu. Se de matéria o mundo é. Que matéria tornar-se é a questão. O cosmos não sentirá minha falta. Nele nada se perde. É sempre ele mesmo, e sua essência de mudanças. Seu equilíbrio reina. E o Eu nisso tudo? Não há. Não me perderei em mim mesmo, permitir-me-ei dançar com a vida, e aceitarei seu final. Não sentirei minha falta, perderei o ego e me juntarei ao mundo longe do “mim”. Sem consciência, me desfaço em natureza. Viro gás e restos. E os vermes a se alimentarem do já não “eu”. A dança continua...
Em meio ao jardim, folhas putrefatas cobrem o chão. Mortes silenciosas. O tempo vai e vem, e nestas idas e vindas, levando e trazendo vidas consigo. É o encarregado do renovar, e ao seu relativo ritmo trabalha. Leva à montanha erosões, caminhos por onde rios correrão... Entusiasmados... Alegres... Secarão quando o tiver de fazer, deixarão sua marca. Sulcos no chão, na face da terra, no semblante do jovem... O novo se torna velho, o velho se funde ao novo. Renascem em meio às eras, as diversas eras que deveras acabarão. Em montes, e montes, e montes... O que resta, então? O infinito?
Alguns acreditam em vida após a morte. Os que não, lutam. Lutam para que um pensamento que seja, um pequeno pedaço da passagem ecoe e prolongue a consciência após seu fim. As palavras... Estas parecem sempre durar. E se o corpo jaz inócuo em meio à natureza, os pensamentos expressos hão de durar. Antigas ideias chegam a todo o momento, deterioradas, modificadas, inteiras ou fragmentadas, mas chegam. E que suspiro daria o ser que esta ideia mostrou ao mundo, se soubesse o quão longe iria sua intangível palavra. Ecoando e ecoando, jogada ao ar.
Resta a quem precisa, o consolo fornecido pela arte. Esta maravilhosa fonte de entusiasmo. Jogo as palavras ao ar, sei que não é muito, mas é tudo. Deixar-me-ei levar quando for. Mergulharei no agora e nele acordarei. Não mais somente ego. Mas o todo. Medo da morte é somente narcisismo e egocentrismo. Medo de se tornar o que já foi antes do nascimento. Nada separa o agora da morte. O acaso é quem nos guarda.
Memento Mori e Carpe Diem.
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